A doação da Vale!

Já fazem 14 anos desde a descarada privatização da empresa Companhia Vale do Rio Doce (CRVD), tradicional estatal daquela época que foi fundada em 1942 e a partir de 1974, a maior exportadora de minério de ferro do mundo. A tão desejada pelos privatistas foi vendida pelos simbólicos R$ 3,3 bilhões, valor baixíssimo quando comparado ao seu lucro no primeiro ano após a privatização, cujo valor foi de 12,5 bilhões, o que corresponde ao quádruplo da sua venda.


Um dos fatores que ajudou na "doação" da Vale foi a Sub-Avaliação, na primeira avaliação, a corretora Marril Linch avaliou a Vale em 10 bilhões, A empresa foi acusada de sub-avaliar jazidas e o conjunto do complexo industrial da empresa, com patrimônio superior a R$ 100 bilhões. Mais tarde foi descoberta a ligação com a empresa Anglo American, que, por "coincidência" era participante do leilão. A CRVD foi leiloada por um valor bem abaixo da sua cotação.

Outra irregularidade foi a subestimação das reservas de minério sob controle da Vale. Segundo informações da própria CVRD, as reservas de minério de ferro de Minas Gerais e da Serra dos Carajás eram de 12,9 bilhões de toneladas em 1995, muito acima dos 3,2 bilhões de toneladas anunciadas na época da privatização. Além disso, a privatização da Vale foi inconstitucional por vender reservas de urânio, que são de propriedade exclusiva da União, alienar milhões de hectares de terras e permitir a exploração de minérios na faixa de fronteira, o que não poderia ser feito sem a aprovação do Congresso Nacional.


Aqui estão alguns dados da venda da grandiosa empresa Vale do Rio Doce, hoje apenas Vale, uma empresa que poderia salvar vários problemas brasileiros. Um leilão totalmente irresponsável, sem fiscalização. Agora resta apenas uma pergunta: Onde foi parar o dinheiro recebido do leilão desta e de outras estatais? A privatização foi feita com a desculpa esfarrapada de pagar a dívida pública, mas acontece que de lá para cá a dívida só fez crescer!